25 de julho de 2009

UM DIA NO FÓRUM



No dia 23/07/2009, passei praticamente um dia inteiro no Forum de minha cidade. Uma semana antes fui "intimado" a comparecer no forum como jurado de um juri popular que julgaria um ccaso de assasinato aconteceido em 2006.
O que vou escrever aqui, o farei como em um diário particular, pois sei que poucos leem e sei tambem que com o cerebro que tenho corro o risco de esquecer detalhes deste dia, que foi totalmente diferente em minha vida.

No inicio, chegar as 8:30 e juntar-me aos demais "convidados", de inicio percebi o sentimento de todos: ir embora, sair dali. Eu estava dividido tambem queria ir embora, mas algo em mim pedia pra ficar, talvez o meu lado "ator", aquela que deve ter sido o meu "dom" inicial pedia pra ficar ou talvez porque gosto de aprender e tudo que é diferente me atrai, talvez meu lado explorador pedisse pra ficar, no geral me sentia indeciso e pensei comigo o melhor irá acontecer, que venha os acontecimentos.

Passaram-se mais de uma hora de atrazo para o início das atividades, ficamos alí um com o outro jogando conversa fora e torcendo que os funcionarios dessem início as atividades do dia. Chegaram, testa-se microfones (ruins), arruma-se as escrivaninhas, chegam os advogados, chegam populares, parentes do acusado, o acusado, mais jurados...

O Juiz chega por ultimo, simpatico, jovial quebra o clima de seriedade falando que atrasou-se, pois a "chefe" estava visitando a comarca e ele não poderia deixar de fazer "a sala". Deu-se de fato inicio aos trabalhos.

Eu, atento, acompanhava os acontecimentos. Ele conferiu os nomes dos intimados a jurados colocou-os em uma urna e começou a "sortear"( seria azarear?) os que ficariam para tal acontecimento. Mais uma vez dentro de mim a pergunta quero ficar? Não quero ficar? Resolvi não torcer. Resolvi acreditar que o melhor sempre aconteceria.

Eram 25 jurados e mais alguns suplentes seriam "sorteados" 7 para colaborarem com a justiça julgando de fato o acusado. Os nomes foram saindo da urna e depois disso descobri que os advogados ou o promotor podem "recusar" algum jurado, percebi que isso influência muito no fato de quem vai ser de verdade jurado ou não. Algumas "figurinhas carimbadas" da cidade foram sorteadas e prontamente "recusadas" por advogados (amisade talvez, deixando de fora conhecidos ilustres.... será?) Em outros casos percebi uma coerencia interessante recusaram alguns jurados acima do peso, para ser mais exato três deles, fiquei imaginando algum preconceito.

Ja haviam sido aceitos 6 jurados e nada de meu nome ser "sorteado", ja estava me sentindo aliviado quando ouvi o nome do setimo jurado ser chamado e não era eu. Ufa! era para ter sido assim. Porem o tal sortudo não atendeu a intimação do juiz e não se fazia presente a sessão. Ouvi do juiz para dar-lhe uma multa de um salario mínimo e procedeu-se uma nova rodada da urna para sair mais um sortudo. Desta vez saiu o meu nome.

Ainda olhei para o promotor e para os advogados na infantil esperança de que algum não me aceitasse, nada. O juiz chamou-me com um leve aceno e lá fui eu completar o numero sete no lado esquerdo da sala de juri. Quando vesti o manto negro, com uma cordinha branca em tono do pescoço, lembrei-me de como achei feio quando os vi vestindo trajes parecidos ao entrarem no local do julgamento. todos de negro com cordinhas de cores variadas.

Na sequência foi lido e repassando os acontecimentos do dia em que ocorreu o assasinato, o promotor acusando e três advogados defedendo, tentei prestar bastante atenção aos fatos narrados, porem confesso que em alguns pontos deixzei minha mente vagar solta tentando "fugir" daquela sala, em resumo os advogados de defesa julgavam o caso perdido e somente pediam para que o acusado, que ja havia confessado o crime fosse agraciado com umapena pequena, pois agiu segundo eles, em situação de humilhação e apenas defendeu-se.

Passaram-se horas e horas com imagens e fatos que não merecem serem realtados e merecem serem esquecidos pois mostram o quanto o ser humano pode ser animal em momentos que perde a civilidade e descontrola-se emocionalmente.

Fomos para a sala de votação, na verdade não era "sala" era um local de multiplo uso, onde ficava varios objetos recuperados, talvez pela policia, ou talvez apreendidos para garantir algum pagamento, alem de preenchido pelos materiais é pequeno, baixo, sufocante...

Os funcionarios esmeraram-se em torna-lo agradavel para que podessemos votar, o Juiz mais uma vez reesplicou as "regras", fez um teste para ter ciência que os jurados haviam entendido, tudo certo iniciamos a votação, eram 3 questões, a primeira perguntava se o réu era realmente culpado, a segunda se ele merecia ser condenado e a terceira so aconteceria se necessário fosse, pedendendo do resultado da segunda pergunta.

Como o réu ja tinha confessado, todos sabiamos que foi ele mesmo que cometeu o assasinato, a segunda pergunta na opinião dos advogados de defesa la fora já estava perdida, o reu iria ser considerado culpado, eles haviam pedido aos jurados que na terceira pergunta optassem por uma pena "menor". O inesperado aconteceu, não foi preciso ir pra terceira pergunta, porque a maioria dos jurados considerou o réu inocente e votou por ele ser um homem livre.

Fiquei me perguntando, os advogados de defesa não contavam com isso, ja consideravam culpados, porque nós jurados votamos em sua maioria por sua liberdade? Talvez porque a maturidade dos jurados tenha prescentido que cadeia não melhora ninguem.

Naquele dia de julho conheci um novo "meio social" e torço que nunca mais eu precise participar dele, é um meio onde meu lado ator não consegue representar nada, afinal para se interpretar bem um papel precisa-se de muito tempo e estudo e, um jurado, praticamente não tem tempo algum para decidir o que é certo, ou errado.

8 de julho de 2009

MAMÃE E O SENTIDO DE VIDA / HISTORIAS DE PSICOTERAPIA


Nos últimos dias dediquei-me a leitura do livro que tem como titulo o mesmo desta postagem, é um livro do Dr. Irvin D. Yalom, escritor e psiquiatra americano, nascido em 1931, atualmente professor emérito de psiquiatria na Universidade de Stanford.
O livro tem seis historias que misturam ficção e realidade de forma harmônica, Yalom consegue um otimo desempenho no quesito "contador de historias", porem sua prática e experiência profissional torna o texto um pouco dificil de ler. Comparo-o a subida de uma montanha, por alguem inexperiente em subidas.
De inicio, vontade de subir (ler o livro) em seguida a 1ª historia (ou a primeira encarada da montanha, dá um cansaço, texto dificil de ler...). Porem depois dela, vem a brisa refrescante, como a sensação de ter conseguido vencer um grande obstáculo, no livro os textos se tornam mais acessiveis e mais agéis, facilitando a leitura. daí em diante a subida se torna um praser, é a brisa, são as flores, os aromas, o texto se torna delicioso, talvez pelo maior entrosamento com os termos desconhecidos da primeira historia.
Ao fim do livro, temos o melhor da aventura, a historia "A maldição do Gato Húngaro" fecha de forma maravilhosa o livro, como se em cima da montanha avistassemos uma bela e inesquecivel paisagem. Na minha opinião valeu muito subir a montanha!