9 de dezembro de 2012

A BRUXA DE PORTOBELLO



É o primeiro livro de Paulo Coelho que eu lí, confesso que toda a publicidade que a mídia faz em torno deste escritor me levou a compra-lo há aproximadamente um ano atrás, enfim depois de guarda-lo, por um tempo, chegou o tempo de apreciá-lo.
Surpreendeu-me a forma de depoimentos individuais de personagens secundários que “conta” toda a historia, lembra um documentário bem feito para a tv. A historia da “bruxa” é bem contada e narrada de forma cronológica para facilitar o conhecimento do leitor, porem no inicio uma “pitadinha” de suspense dá a entender que a personagem principal morreu, será? 
O tema do livro, ao meu ver é a magia do dia a dia, é a percepção de valores esquecidos pela sociedade moderna, é viver com intensidade o momento, é perceber a maravilha que fazemos ou desmanchamos a cada segundo. Você já parou para sentir de verdade o calor de um abraço? Você já sentiu com toda intensidade o prazer da agua fria no seu corpo durante o banho? Se não,  como esperaria poder sentir a magia? A magia acontece nos pequenos momentos em que um ser humano se entrega de corpo e alma ao que esta fazendo, sendo capaz de não pensar em mais nada além do que esta vivendo naquele instante.
 Assim a “bruxa” é capaz de sentir totalmente a dança, a escrita e tudo o mais que ela participa. Já pensou em ser bruxa? Ou Mago? Lendo a bruxa de portobello você não vai aprender, mas sentirá um “gostinho” de como deve ser a busca de alguém capaz de viver e tentar compreender os belos momentos que a natureza nos propicia. Tente!

Como é meu costume, abaixo um “trechinho” para atiçar a curiosidade.

Jung costumava classificar o progresso individual em quatro etapas: a primeira era a Persona – máscara que usamos todos os dias, fingindo quem somos. Acreditamos que o mundo depende de nós, que somos ótimos pais e nossos filhos não no compreendem, que os patrões são injustos, que o sonho do ser humano é não trabalhar nunca e passar a vida inteira viajando. Muitas pessoas se dão conta que algo esta errado nesta história: mas, como não querem mudar nada, terminam afastando rapidamente o assunto de suas cabeças. Algumas poucas procuram entender o que esta errado, e terminam encontrando a Sombra.
A sombra é o nosso lado negro, que dita como devemos agir e no comportar. Quando tentamos nos livrar da Persona, acendemos uma Luz dentro de nós, e vemos as teias de aranha, a covardia, a mesquinhez. A Sombra está ali para impedir nosso progresso – e geralmente consegue, voltamos correndo para sermos que éramos antes de duvidar.
Entretanto, alguns sobrevivem a este embate com suas teias de aranha, dizendo: Sim, eu tenho uma série de defeitos, mas sou digno, e quero ir adiante”.
Neste momento a sombra desaparece, e entramos em contato com a Alma. Por Alma, Jung não está definindo nada religioso; fala de uma volta a tal Alma do Mundo, fonte de conhecimento.
Os instintos começam a se tornar mai aguçados, as emoções são radicais, os sinais da vida são mais importantes que a lógica, a percepção da realidade já não é tão rígida.
Começamos a lidar com coisas com as quais não estamos acostumados, passamos a reagir de maneira inesperada para nós mesmos.
E descobrimos que se conseguirmos canalizar todo este jorro de energia continua, vamos organizá-lo em um centro sólido, que Jung chama de O Velho Sábio para o homem, ou a Grande Mãe para as mulheres